Corte nos juros traz oportunidades de investimento em 2017

Corte de juros

O fator mais interessante a se considerar neste ano que acaba de começar é que as taxas de juros devem cair consideravelmente. A inflação já emite sinais de arrefecimento e, com as taxas de juros se mantendo elevadas, a capacidade financeira do Estado brasileiro em honrar suas dívidas e fazer investimentos pode ser ainda mais prejudicada.

 

Boa parte dos investidores até já deve ter a noção de que os juros vão cair, mas daí surge a dúvida: é preciso tomar alguma atitude? O investidor comum – ou mal assessorado – pode perceber este movimento tardiamente, perdendo assim a “virada de chave” do mercado.

 

Para ilustrar, a maior parte dos fundos de renda fixa no Brasil deve ter rendido algo entre 11% e 14% em 2016, trazendo ao investidor um ganho real (descontando a inflação) que pode variar entre 4% e 7%. Entretanto, este ganho deve ser menor em 2017. Para o investidor que faz poupança de longo prazo, pensando em uma aposentadoria confortável, há uma oportunidade de aplicar o dinheiro de forma a ter melhores retornos e manter esse rendimento atual mais alto por alguns anos, mesmo com a queda das taxas. Mas como?

 

A resposta é simples: investindo no Tesouro Direto. Para exemplificar as vantagens, podemos analisar as taxas que foram pactuadas no último dia 04 de janeiro. O retorno será dado pela reposição do IPCA (inflação) adicionado de 5,73%. Este é o valor bruto, pois ainda incidirão impostos entre 15% e 22,5% sobre os rendimentos, de acordo com o tempo que o recurso ficou investido. Quanto mais o dinheiro ficar investido, menor será o imposto.

 

O valor alocado nestes títulos pode ser sacado pelo investidor a qualquer momento, mas é preciso ter atenção. Para garantir o montante pactuado, é necessário aguardar o vencimento do título. Caso o investidor decida sacar antes, pode ganhar bem mais, em um cenário de queda de juros. Recomenda-se, nesses casos, consultar um profissional especialista em investimentos.

 

Voltando aos fundos, em se tratando daqueles de renda fixa, estes investem quase 80% dos recursos captados de investidores como você no mesmíssimo Tesouro Direto, mas com uma sutil diferença: eles cobram uma taxa de administração para este “serviço”. Por isso, muitas vezes é melhor buscar conhecer as opções de investimento e tomar as rédeas do próprio dinheiro, tendo em vista as oportunidades que o redesenho das taxas de juros pode criar para 2017.

 

Paulo Marostica, planejador financeiro, embaixador na região N/NE da Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.

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