Recuperação Econômica, curva em “V”ou curva em “U”? (Reflexões)

              Brasil, 15 de Abril de 2020

Não alheio às privações de ordem afetiva, emocional e econômica às quais estamos e estaremos todos submetidos, escrevo-lhes para tentar pontuar a situação atual dos mercados financeiros globais.

Até que o senso geral de segurança sanitária retorne, não obstante eventuais mudanças de hábitos pessoais e comportamentos sociais, a Europa tenta, em alguns países, fazer uma lenta e gradual abertura para a “vida normal”. Este ponto é crucial para entendermos o momento pelo qual vamos passar.

Se a Europa conseguir manter a curva decrescente de novos casos e mortes, bingo! Surge uma grande esperança de termos aprendido a domar o inimigo. Esta retomada, junto a eventuais descobertas de medicamentos/tratamentos paliativos nos traria uma retomada em “V”, isto é, com um fundo mais curto e uma ascendência rápida na curva.

Se, por outro lado, houver descontrole, e voltarmos aos números de novos casos e óbitos pré-abertura, seremos jogados em um absoluto vazio de expectativas o que, por sua vez, irá punir ainda mais o mercado.

Não obstante, tenho notado informações desencontradas sobre a possibilidade de recontaminação dos já considerados curados. Essa incógnita terá relevante peso sobre a obscura equação que tentamos dia a dia responder.

O FMI prevê queda de 3% da economia global para este ano. A redução na demanda por petróleo jogou o valor desta commodity para preços inimagináveis. Já temos postos em Recife vendendo gasolina a R$ 3,70, até antes da crise R$ 4,50 por litro era o normal.

Por fim, tempos diferentes estão por vir, a única certeza desta vida continua a ser a de que não somos eternos. Educação financeira é valorizar a escassez, é fazer escolhas para valorizar ainda mais o que construímos, material, sentimental ou abstratamente.

Vamos cuidar, sim, de nossas finanças pessoais! O momento de rara imprevisibilidade nos impõe uma maior necessidade de termos a melhor foto possível de nossas receitas e despesas.

Necessitaremos readequar as despesas ao máximo, reajustando o nosso estilo de vida para a eventual nova realidade temporária e/ou perene. Para quem não tem previsibilidade de receita, vale mais ainda a necessidade de reconfiguração, criatividade será crucial neste momento.

Por fim, vamos proteger a nos e aos nossos, com cuidados e recomendações diárias, e, claro, vamos proteger financeiramente os mais vulneráveis, pequenos prestadores de serviços, sejam eles autônomos ou pequenas empresas.

Se a recuperação será em “V” ou será “U”, isto diz respeito à velocidade apenas, mas o mais importante é termos a certeza de que por mais que dure a pandemia, estaremos todos de volta, relacionando-nos novamente, seja enquanto: A) Membro da família, B) empresário, C) profissional, D) empregador, e a normalidade será retomada dia a dia, talvez um pouco diferente. Como você vai querer ser lembrado pelos que te cercam enquanto A/B/C/D?…… Vale a reflexão.

Por Paulo Marostica

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para o topo